janeiro 11, 2008

o sonho (148)

:voce nao precisa mais falar em simbolos.
eu tive um sonho hoje, intenso e delicioso. e por isso mesmo, vou esquece-lo.
tenho a obrigacao de nao dizer nada a respeito. nao pensar nem lembrar. nao descrever.
tenho o direito de permanecer calado. tudo que eu sonhar poderá ser pensado sobre mim.
e será.
:nem os simbolos nem os objetos, mas minha mente lembra -- a sensacao provocada era a mesma.

janeiro 07, 2008

buenos aires: as lições do bebê (149)

ela passa umas horas olhando.
sem julgar, estico o braço. ela se retrai.
fico com o braço ali, ela me olhando. retraio um pouco.
ela vem.
aproximo outra vez, ela foge.
sempre olhando.
retrocedo, milimetricamente. deixo o braço ali, espero.
espero.
ela estica a mãozinha e segura meu dedo.
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você pode ler o que quiser, onde quiser.
eles parecem estar sempre brincando, mas somos nós.
somos nós que dizemos tudo.

janeiro 02, 2008

a volta do mal (150)

meu pai resolveu trocar a camiseta que eu comprara pra minha vó, deixando pra minha mãe e dando a dele pra vó (e ele fica sem, paciência). minha mãe experimenta em frente ao espelho, a amiga corre pra arrumar a gola e meu pai dá palpites sobre a cor e...
de repente eu percebo que não existe barreira, são outros como eu ali, trocando de roupa. meus anos pensando que eles eram diferentes eram preguiça de imaginar que eram como eu.
eles querem roupas bonitas, e ver quem amam sorrindo. e querem estar como todos que amam, ainda que eles insistam em morar longe e andar com gente estranha.
2008 começou com uma descoberta boa pra mim.